domingo, 11 de janeiro de 2015

Afinal, 2014 foi mesmo um ano ruim?


Faltavam apenas algumas semanas para o ano acabar e já chovia reclamações no Twitter. Eu, tão cansada de 2014 quanto todo mundo dali, dava risada das típicas piadas auto depreciativas da rede social e concordava.
2014 tinha tudo para ser o melhor ano da minha vida, mas as coisas acabaram saindo bem diferentes do que eu tinha planejado, logo nos primeiros segundos do ano. Eu sei, desastre total.
2014 foi o ano em que me vi no meu limite constantemente. Assim como Hazel Grace, eu era uma bomba-relógio prestes a explodir a qualquer momento (A diferença é que eu, felizmente, não tenho câncer e meu problema era puro estresse/ansiedade/depressão, mas enfim, acho que deu pra entender). Com isso, minha frequência na escola foi diminuindo, até eu perceber que não conseguiria mais ir às aulas. Conversei sobre isso com meus pais, minha psicóloga e minha psiquiatra e eles concordaram que eu precisava de uma "pausa", um tempo longe de tudo que me causasse mais estresse ainda. E, ao contrário do que muita gente pensa, não foi lá um mar de rosas ficar sem estudar por quase um ano inteiro. Meus pais mesmo, por não entender direito o que eu estava passando, me pressionaram bastante no começo. Outros membros da minha família não entendiam também, e as reações eram ainda pior. Não tinha como eu não me sentir culpada, mesmo que a doença não fosse minha culpa. E, claro, ainda havia o fato de que o afastamento da escola significaria repetir o ano letivo em 2015.
Agora posso descans... opa, acho que não.
Não posso deixar de admitir que eu tive sorte, pois muitas pessoas não conseguem tirar suas merecidas "férias prolongadas" como aconteceu comigo nesse momento tão delicado. Mas, ainda assim, foi uma decisão difícil, e por muito tempo eu não gostava de falar sobre isso com pessoas que não faziam parte da "lista" de pessoas em quem eu podia confiar. Por isso que, quando "vi" (não cheguei a clicar, apenas o vi na minha lista de recomendados) um vídeo explicando que 2014 foi terrível, eu apenas dei uma risadinha, concordando e achando graça de como esse ano deu dor de cabeça em aparentemente todo mundo.
E então, faltando poucos dias e não mais semanas para o fim do ano, as pessoas nas redes sociais começaram a parecer divididas. Começaram a dizer que não sabiam se foi um ano ruim ou não. Uns diziam que foi um ano cansativo, outros diziam que o ano havia sido repleto de surpresas, boas e ruins. Foi aí que eu parei pra pensar e percebi que 2014 não tinha sido tão horrível assim. E os textos clichês de final de ano no Facebook só confirmaram isso.
Em 2014 eu tive poucos momentos bons se compararmos com o resto do ano, mas foram momentos tão bons que foram o suficiente para eu chegar a conclusão que 2014 foi um ano OK, daqueles tipo "não é um 10, mas dá pra passar."
Pra provar como tudo é uma questão de perspectiva, aqui vai uma lista das melhores coisas que eu fiz em 2014:
  • Comemorei meu aniversário em um piquenique na Quinta da Boa Vista com minhas amigas (um item riscado com orgulho da minha wishlist)
  • Ganhei o box de House completo que eu tanto queria
  • Acampei pro show da One Direction uma experiência meio louca e diferente que me ensinou muitas coisas
  • Fui no show da One Direction e dancei, chorei, gritei, passei mal e fiquei sem ar com minhas amigas
  • Fui no show da Demi Lovato sem esperar nada, saí completamente surpreendida de um jeito bom e de quebra quase toquei nela (é sério! hahah)
  • Conheci a melhor pessoa do mundo e meu bae desde 2007, quando essa palavra nem existia: Joe Jonas
  • Fiz uma viagem de duas semanas para o interior do Ceará e depois passei dois dias em Fortaleza, numa pousada incrível numa calçada de frente para a praia de Iracema (e mostrei tudo no Document Your Life de Setembro que eu fiz)
  • Conheci o Austin Mahone e dei um beijo mega estalado na bochecha dele
  • Fui ao show do Austin e Fifth Harmony com a minha amiga (isso é muito importante, porque ir em show sozinha é muito chato!) e dancei até sair pingando de lá
  • Fui em um cinema diferente ver o filme mais recente da 1D, o da turnê Where We Are, que passou pelo Brasil
  • Encontrei muitas Larry shippers lá e, obviamente, surtei mais do que eu já esperava
  • Emagreci e muita gente notou isso
  • Ajudei algumas pessoas a conhecer o Jerome Jarre e, nos 45 minutos do segundo tempo, eu mesma o conheci e ele foi um amor de pessoa
  • Dei muitos conselhos e me senti ótima por isso, pois amo quando as pessoas confiam em mim, desabafam e me pedem conselhos. Posso até não resolver o problema, mas sempre vou tentar ajudar!
  • Tive uma virada de ano simples, porém perfeita e repleta de risadas
  • E, por último mas não menos importante: amadureci bastante, aprendi a ser mais gentil comigo mesma, a correr atrás dos meus sonhos e acreditar em mim. É um processo lento e eu continuo aprendendo, mas sei que isso já fez uma diferença enorme na minha vida.
Viram como às vezes tudo o que precisamos fazer é parar de focar nas coisas ruins?
Com isso, concluo que o ano de 2014, que passou se arrastando e voando ao mesmo tempo, foi um ano diferente, e não há palavra melhor para descrevê-lo. O ano que passou foi um ano de aprendizagem, de conhecer coisas novas, para todo mundo. Para mim, foi um ano em que eu me conheci melhor e consegui, aos poucos, encontrar partes de mim que pensei que estivessem prestes a se perder para sempre. Foi o ano em que aceitei ser quem eu sou; que posso até tentar mudar, me censurar, pensar mil vezes em minhas ações antes de enfim fazê-las, mas que no fundo isso só estará reprimindo quem eu sempre quis ser, e que no final do dia eu nunca me sentiria confortável na minha própria pele se fingisse ser algo que não sou. Percebi que chegou a hora de tomar minhas próprias decisões, baseadas em quais benefícios elas iriam me trazer e no quão perto dos meus objetivos elas me levariam, ao invés de só me preocupar com o que os outros iriam pensar sobre mim.
E agora em 2015 só quero dar continuidade às coisas boas que 2014 me ensinou. Quero continuar conhecendo coisas novas, conhecendo a mim mesma, fazendo coisas que eu gosto e aprendendo cada vez mais com/sobre elas.
E é claro que durante essa caminhada eu vou estar ouvindo a trilha sonora perfeita que eu mesma criei (não, o título da playlist não é #nopainnogain). Você também pode ouvir a playlist aqui em baixo:

Nenhum comentário:

Postar um comentário