segunda-feira, 14 de julho de 2014

Eu lembro de você


O tempo passou, você se foi, mas eu ainda lembro de você.
Eu lembro de como me sentia bem com você. Lembro de como você ria das coisas idiotas que eu falava. Lembro como tudo parecia tão simples quando estávamos juntos.
Éramos duas crianças felizes. Livres. Que apoiavam uma a outra. 
Não há um dia em que eu não lembre de tudo o que fomos. Não há um dia em que eu não pense em tudo o que poderíamos ser.
Você continua me perseguindo, por todos os cantos que eu vou. Você está ali, numa imagem de um garoto e uma garota fazendo palhaçadas. Você surge no meio de uma conversa - basta uma simples palavra-chave para desencadear o turbilhão de lembranças dos momentos que tivemos juntos. Você está no corte de cabelo de algum garoto aleatório, no sotaque do sul, na letra de uma música. Você aparece na minha cabeça, mesmo que eu não esteja pensando em absolutamente nada.
Pela primeira vez em um longo tempo, eu lembrei o que era sentir falta de alguém. Agora eu aprendi que essa sensação de estar derretendo por dentro se chama saudade.
Agora, escrevendo essas palavras, sinto que tenho você por perto. Sinto que estamos próximos de novo. E é por isso que eu não quero esquecer de você: minhas memórias o mantém aqui, junto a mim.
Eu sei que sua vida mudou, deu um giro de 360 graus e você nem lembra mais de mim. Ainda assim, eu lembro de você.
E tudo o que eu queria agora era poder dizer isso a você, e então derreter por inteiro.

sábado, 12 de julho de 2014

O que é ser Cristão?


    Esses dias estive pensando sobre como o cristianismo funciona nos dias de hoje. 
    Eu estava pensando  no quão desconfortável ando me sentindo ao entrar em uma Igreja, em como isso era diferente há poucos anos atrás; nos assuntos que pesquisei recentemente em relação ao espiritismo e no grande "bum" das igrejas protestantes no Brasil.
    Em meio a esse emaranhado de monólogos, fui seguindo uma linha de pensamento — não por acaso, acredito — até chegar ao assunto que me trouxe aqui. 
    Há um tempo atrás, comecei a reparar em como religiosos fervorosos — daqueles que gritam louvores até mesmo às 5 da manhã, faça chuva ou faça sol — pareciam gostar de falar sobre assuntos que naturalmente consideramos "ruins", como o apocalipse e demônios. Notei que, quando uma conversa chegava nesse ponto, os fiéis se exaltavam mais do que quando falavam sobre coisas muito mais importantes, como a mensagem de amor que Jesus nos passou. 
    Sabe quando nós falamos sobre algum assunto que sabemos de cor? Quando ficamos ansiosos, talvez até mesmo extasiados, quando estamos conversando normalmente com alguém e, ocasionalmente, a pessoa toca no assunto sobre o qual você esperou bastante tempo pra ter uma oportunidade para comentá-lo? É exatamente assim que acontece quando falo com esses fiéis e, ocasionalmente, a conversa vai parar naquele ponto que eles tanto esperaram: demônios, pecados e, é claro, o Apocalipse. E como os olhos deles parecem brilhar ao apontar pecados e suas devidas punições, sempre usando terceiros como exemplo e nunca a si mesmos...
    Foi aí que eu tive um estalo, e aquela lâmpada em cima da cabeça acendeu: esses fiéis não são movidos ao amor que sentem pelo Pai. Eles são movidos ao medo.
   Não estou generalizando, até porque sou só uma garota de 16 anos que observa demais o modo de falar das pessoas e que não frequentou uma igreja protestante/evangélica por tanto tempo quanto uma católica. Mas, com base nas pessoas protestantes com quem tive a oportunidade de conversar sobre Deus até aqui (as quais não foram poucas), essa foi a minha conclusão. E em todas essas vezes, sempre eram ditas coisas que me deixavam, mesmo que só por dentro, inquieta.
   Já ouvi-os dizerem coisas "comuns", como que não se deve sair para festejar no Carnaval porque o pecado está em toda parte. E também já ouvi coisas ainda mais intrigantes, como algumas "regras" que devem ser seguidas por quem deseja manter o voto de castidade. Aqui vai um exemplo dessas regras: Não ficar sozinho com o/a companheiro(a) até o casamento, evitando locais isolados e/ou escuros.
   Parece piada, mas é sério. Eu realmente ouvi essas palavras sairem da boca de um evangélico. Não estou inventando isso porque acho engraçado. Na verdade, até fiquei indignada quando ouvi isso.
  Reconheço que nós, como seres humanos e filhos de Deus, somos fracos, e pecadores desde o nascimento. Mas fugir de uma coisa assim como se tivéssemos certeza absoluta de que o pior fosse acontecer chega a ser um pouco patético  Tá, bem patético, pra ser honesta. Porque não se deve fugir de certas coisas, e sim enfrentá-las, sem medo.
   Voltando rapidamente à parte de usar terceiros como exemplo, eu pergunto: Por que temer se você é diferente deles? 
   Por que temer quando a própria Bíblia nos diz: "Não temas, crê somente" (Marcos 5:36) e  "Nada pode separar um cristão do amor de Deus" (Romanos 8:38-39)?
   O medo pode ser um combustível para encher igrejas, pode funcionar para você se aproximar de Deus, mas o medo foi o que me afastou da Igreja. E isso me levou a observar um pouco mais as informações sobre outras religiões que eu tive acesso.
   Partindo para o que eu absorvi com as pesquisas sobre algumas questões do espiritismo: Jesus foi a maior prova de amor que já existiu. Ele caminhou por nossa Terra como nós caminhamos; viveu e espalhou bondade durante toda Sua vida, que foi encerrada de forma cruel quando Ele ainda era jovem, somente para nos salvar. Cristo deu o Seu sangue para a remissão de nossos pecados. Não temos o que temer. 
   Somos todos pecadores, mas Jesus nos ama mesmo assim. E somos todos filhos de Deus. Isso significa que somos todos iguais, portanto não nos cabe julgar alguém por algum ato que nós presenciamos. Somente Deus sabe o que se passa no coração de cada um de nós. Assim como não devemos temer, não devemos forçar alguém a ter medo.
   Você pode me dizer que, quando se ama alguém, você tem medo de fazer algo errado que faça com que esse alguém te enxergue de modo diferente ou deixe de gostar de você. Mas esse é exatamente o ponto que estou tentando frisar!
  Veja bem: se deixamos de fazer algo por pensarmos que isso irá magoar certa pessoa, não estamos deixando de fazer isso por reconhecermos que aquilo não será bom para nós. Mas, se refletirmos um pouco sobre o que nos foi dito por esse alguém, pararmos por um minuto para tentar compreender aquele ponto de vista, aí sim estaremos fazendo a coisa certa. Aí sim iremos deixar de fazer a coisa errada por sentirmos, em nosso coração, que ela é errada. Não apenas por medo.
   Percebe a diferença? Buscar a Deus por medo e não pelo o que se sente é enganar a si mesmo. E este é o grande mal do Cristianismo.
  Ser Cristão significa confiar e  não ter medo. Porque Jesus significa amor, e amor não deveria ser algo a temer.
   Procure sentir, entender ao invés de temer.

   Na Bíblia, a frase "Não tenha medo" é repetida 365 vezes, uma para cada dia do ano. Ainda há dúvidas de que não devemos temer e simplesmente confiar no Senhor?